Em pouquíssimo
tempo eu lembro-me de tudo. Lembro-me do motivo pelo qual te perdi. E eu faço
questão de ficar a noite inteira a pensar em ti, no teu lindo sorriso que me
iluminava, do teu toque escaldante que percorria o meu corpo e da tua voz
sedutora que me sussurrou ao ouvido noites sem fim.
Esta solidão
profunda, faz-me entender que a saudade tornou-se em desespero. O desespero de
sentir o teu toque, o teu carinho e de ouvir a tua doce voz que me acalmava.
Sinceramente, lamento esta distância, foste tão importante (na verdade ainda
continuas a ser), mas será que não dá para começar tudo de novo e acertar os
erros? Eu tentei agarrar-me a ti, eu fi-lo, demasiado até… sinto que me ter
apegado a ti, é viver assombrada, pois continuo a espera de algo que nunca
terei.
TU, sim és
aquele amor que nunca superei… porque mesmo negando, mesmo tendo deixado que
fosses embora sem pedir para ficares, mesmo não olhando mais nos teus olhos,
mesmo sem ouvir a tua voz, mesmo não fazendo parte dos teus dias e mesmo
estando longe, eu amo-te, demasiado para ser honesta.
As músicas
decifraram-se, no meio dos filmes encontrei a nossa história e as frases
finalmente fazem sentido. A solidão e a mágoa voltaram a apertar e a vontade de
estar contigo aumentou. O meu coração dispara, o estômago gela e a respiração
fica ofegante cada vez que penso em ti. Continuo por adiar a coragem e
oportunidade de estar contigo e continuo a sentir tudo, sem oportunidade de
demonstrar nada. E parte-me o coração porque mesmo sabendo que para ti é
indiferente, continuo a sentir o mesmo.
Por vezes os
sorrisos mentem, mas o teu continha a verdade, e o teu olhar simplesmente se
entregou a mim. Porque enquanto os nossos olhares se cruzavam, os nossos
sorrisos surgiam sucessivamente.
Mas não
deveria ter acontecido, não era para te amar tanto, não era minha intenção. O
sentimento não deveria ter surgido, muito menos crescido nesta proporção de
rapidez e intensidade, simplesmente não fazia parte dos meus planos ficar
dependente de um carinho teu, de um abraço, até mesmo de um pequeno contacto,
de um pequeno olhar. Foi algo drástico, fora do percurso, mas nem a meio do
caminho me esqueci que tu me tinhas encontrado, que cuidaste de mim de maneira
única, e que me deste tudo o que precisava. Soubeste utilizar as palavras
certas; Parecia que já me conhecias noutra vida, que já sabias de todos os meus
detalhes. Não foi normal ter-me apegado tanto a ti. Mas estou a precisar de
algo que me faça esquecer, ou pelo menos algo que me faça fingir que esqueci e
conseguir sorrir como se os problemas não existissem, fingir que não te amo e
parar por um tempo e de sentir a necessidade de cuidar de ti. Apenas uma
solução que me deixe um pouco consciente deste maldito sentimento, que me deixa
com tantas lágrimas a escorrer. E com todo o sofrimento, ainda te quero por
perto, necessito de mais um toque, uma palavra, um beijo. Fico estupefacta de
como no meio de tantas lágrimas e tantas noites angustiantes, o sentimento
cresça, sem fim aparente. Planeio várias vezes diálogos que teríamos entre nós
se nos reencontrássemos, maneiras de me dares atenção e de não ser indiferente
para ti. Apenas escondo a minha mágoa por detrás dos sorrisos, sinto que é a
única maneira de me refugiar em algo neste beco sem saída. Olho para todos os
cantos e neles encontro algo que me faz lembrar de ti, lembranças tuas que são
a única coisa que me resta.
Por mais que
tudo seja
complicado, não sei aniquilar o sentimento. Já faz muito tempo, mas ainda não
sei como ficar sem te ter por perto. Porque me habituei aos teus jeitos, às
tuas qualidades, aos teus defeitos. Poderia deixar o sentimento de lado com
facilidade, mas percebo ao longo do tempo que é verdadeiro demais para ser
ignorado. E é isso que odeio em mim, não suporto a ideia de não conseguir por
um segundo consecutivo deixar de pensar em ti e no longo percurso que
percorremos, o que construímos.
Mas eu não gosto de me lembrar, pois faz-me sentir coisas e eu não gosto de as sentir.
Mas eu não gosto de me lembrar, pois faz-me sentir coisas e eu não gosto de as sentir.
Eu não errei
em amar-te, mas sim em esperar que me amasses da mesma maneira. E se fosse
possível voltar atrás e parar o tempo, apenas pararia em todos os momentos em
que estivesse contigo, em que o teu abraço era o meu casaco favorito nas noites
passadas a beira-mar, à luz do luar.
Porque
apesar de tudo, apesar da distância e apesar de saber que me esqueceste, nada
para mim mudou.
Sem comentários:
Enviar um comentário